Por Leci Capaverde e Sarah Oliveira.
ENSAIO PSICANALÍTICO
Leci Catarina Flores Nunes Capaverde
Psicanalista em supervisão. E-mail: lecicnv@hotmail.com.br.
Sarah Diniz Dos Santos Oliveira
Psicanalista em supervisão. E-mail: sarahdinizkesse668@gmail.com
PARA CITAR:
Capaverde, Leci Catarina Flores Nunes; Oliveira, Sarah Diniz dos Santos. Os limites do corpo quando refúgio da alma. Capela de Santana: Vida em Psicanálise, maio e junho de 2022.
RESUMO
Este documento vem com o objetivo de apresentar uma ampla revisão teórica partindo de debates realizados no Grupo de Psicanálise Vida. Trata-se de uma pesquisa na literatura visando melhorar o entendimento sobre a relação entre o dualismo corpo e alma e sua indiscutível influência na existência humana. Através da busca minuciosa, foi possível resgatar alguns teóricos, obtendo novos conhecimentos sobre a questão da somatização de doenças. Junto com autores consagrados e outros nomes até então desconhecidos, aqui citados, este artigo é um convite para uma reflexão diante da complexidade existente no atendimento de pessoas que procuram as clínicas psicanalíticas. Este estudo vem para ampliar a visão sobre os reflexos causados pela mente humana que se manifestam através do organismo físico, na forma de doenças psicossomáticas. Há necessidade de uma reflexão que vá além dos princípios até aqui discutidos, pois, os profissionais em formação fazem parte dos responsáveis por dar continuidade aos estudos dos mistérios que envolvem este tema. A compreensão do que a mente pode causar na vida de uma pessoa, tanto para o bem quanto para o mal. possibilita a ressignificação e amenização das dores causadas no corpo, melhorando a qualidade de vida.
Palavras-chave: corpo; alma; existência;somatização;psicanálise.
ABSTRACT
This document aims to present a broad theoretical review based on debates held in the Life Psychoanalysis Group. This is a research in the literature aimed at improving the understanding of the relationship between the dualism body and soul and its indisputable influence on human existence. Through the thorough search, it was possible to rescue some theorists, obtaining new knowledge on the issue of the somatization of diseases. Together with consecrated authors and other names previously unknown, mentioned here, this article is an invitation for reflection in the face of the complexity existing in the care of people who seek psychoanalytic clinics, and, why not dare to say, in human life. This study comes to broaden the view on the reflexes caused by the human mind that manifest themselves through the physical organism, in the professionals in training are among those responsible for continuing the studies of the mysteries that surround this subject. Understanding what the mind can cause in a person's life, both for good and evil, allows the resignification and alleviation of pain caused in the body, improving the quality of life.
Keywords: body; soul; existence;somatization; psychoanalysis. INTRODUÇÃO
As clinicas de psicanálise e psicologia produzem ações visando o ser humano individual e coletivamente. Esta é uma proposta de trabalho realizada no Grupo de Psicanálise Vida. Trata-se de um ensaio teórico qualitativo, de metodologia explicativa, no qual serão discutidas as questões das doenças psicossomáticas, bem como suas origens, sintomas e possíveis forma de tratamento. A ideia deste trabalho é propor uma reflexão de como a falta de entendimento das pessoas sobre o funcionamento das terapias clínicas reflete no cotidiano de suas vidas. Também, será discutido sobre a evolução histórica dessas questões nos estudos filosóficos, psicanalíticos e psicológicos. É produtivo apontar algumas necessidades de discutir sobre o assunto, pois, desta maneira, nos remeteremos à busca idealizada e compartilhada de conhecimentos e soluções. Supondo que o terapeuta deseja atender de melhor maneira seus clientes e, esses, por sua vez, desejam ter suas necessidades melhor atendidas, sendo assim, propõe-se uma análise reflexiva acerca dos diferentes olhares em direção a um objetivo comum, tentando encontrar explicações para as divergências que possam estar enraizadas na falta de entendimento dos paradigmas das terapias clínicas, seja por parte da clientela ou da sociedade que, muitas vezes, rotula esse tipo de abordagem. Esse fato nos remete a pensar sobre o fortalecimento das práticas de terapias, principalmente as psicanalíticas. A atual situação de fragilidade em que se encontram os seres humanos, diante de tantos desafios e problemáticas que o mundo tem apresentado, podendo agravar no futuro, exige que busquemos, sempre, melhorias e evoluções para o trabalho dos terapeutas em suas clínicas, incluindo os profissionais em formação. Essa revisão teórica visa a reformulação do processo de trabalho e a potencialização dos princípios, ampliando a resolutividade na situação das pessoas, além de tentar proporcionar impacto no conceito das terapias clínicas.
OS LIMITES DO CORPO QUANDO REFÚGIO DA ALMA
A origem da compreensão entre as dimensões do corpo e da alma está no pensamento socrático-platônico, no qual o corpo é considerado parte inferior do ser humano em relação à alma.Para Sócrates, o corpo é um meio pelo qual a alma se materializa, ao mesmo tempo em que a alma depende do corpo para se expressar. No mundo platônico, o ser humano foi concebido de uma forma dual, ou seja, uma parte é eterna e liga-se com o divino: a alma. Assim, o corpo em Platão é o sepulcro em que a alma está presa. É dever do filósofo libertar-se ao máximo dessa coisa que o limita, não atendendo a certas demandas do corpo. A teoria de Sócrates/Platão parte do princípio da dualidade fundante da raça humana e divide o ser humano em duas partes: o corpo que na teoria das ideias figura no mundo sensível, modifica-se e envelhece porque é perecível e não se sustenta através do tempo. Já a alma seria imutável, uma vez que não envelhece e nem se modifica, tampouco perece. Na teoria de Platão, os pensamentos que acometem os homens seriam as rédeas e os sentimentos aos quais o homens são tão vulneráveis, seriam os cavalos. Na relação dualista de corpo-alma proposta nos escritos de Platão, sempre se delineia a ideia de que a alma tem mais importância que o corpo e, assim, o cuidado da alma é visto como o coração da filosofia de Sócrates. A cada parte da alma corresponde uma virtude: a coragem, a temperança, o conhecimento e a sabedoria. A coragem em termos gerais poderia ser definida como a bravura em defender o que é correto; a temperança, o controle dos desejos; o conhecimento e a sabedoria, a habilidade de racionalizar e analisar. Para Platão, o homem passa a vida terrena investido em seu corpo com o único fim de libertar a alma. O caráter da alma é de imediação entre o sensível e o inteligível. Gazolla, no prefácio de seu livro em que aborda a questão da alma para Platão, afirma:
"Acreditamos que um dos princípios que nos nortearam foi a busca do filósofo Platão sem o colorido mais forte que lhe impôs grande parte da tradição interpretativa e que por vezes o aprisionou como o pensador da dicotomia sensível-inteligível, coerente nas suas colocações, do princípio ao fim de sua obra, inaugurador de um método claro para o prosseguimento de seus passos, como se fosse um bom cartesiano em meio a floresta a ser revelada" (1933, p.10).
Quando a alma se dispõe a buscar a verdade, dirige-se ela ao lógos, ou seja, volta-se para si mesma. Platão no mesmo diálogo, em 68 b-d, faz uma diferenciação ao ressaltar “um filósofo se realmente é filósofo” (p.76,1972) vai distanciar-se do que é do próprio corpo, ou seja, todo tipo de conhecimento sensível, dirigindo-se na busca da verdadeira sabedoria. Cabe ao filósofo, pois, educar a sua alma, dirigi-la ao encontro do inteligível, e distanciar-se do sensível, ou seja, o homem deve afastar-se dos prazeres do corpo e ocupar-se da alma.
Para Aristóteles, alma e corpo coincidem de tal maneira que um não sobrevive sem o outro, ou seja, formam uma unidade na qual a alma é ato perfeito do corpo. Cabe aqui citar uma poesia que descreve bem essa ideia:
“alma é aquela que dança por entre os frágeis ossos do meu corpo. é quem abraça a mortalidade do nosso ser. é aquela que veste os sentimentos com elegância. é etérea. é a parte da gente dentro de um sonho. é o nosso corpo em outra vida. é quem mora na nossa essência é quem sustenta o peso do meu viver" (DOEDERLEIN, 2017 p.38).
Nietzsche se contrapõe a essa interpretação, considerando que o corpo é fio condutor para análise das questões filosóficas. A filosofia nietzschiana concebe como relação de forças em conflito e não separa corpo e alma. Para Nietzsche, a filosofia tradicional está vinculada a uma concepção da razão separada da sensibilidade e o corpo foi excluído da dimensão da racionalidade, como se não participasse do processo de pensar e fosse oposição à alma. Segundo esse filósofo, é possível investigar esse mal-entendido sobre o corpo, indagar a quem serve esse mal-entendido? De acordo com esse pensamento, o corpo deve ser compreendido como algo dinâmico, um resultado plural de movimentos decorrentes de forças em conflito. Para ele, o mundo é pluralidade de forças, cada qual com sua perspectiva. Ele garante que é no mundo sensível que o homem deve se orientar. Descartes, pensava que os seres humanos além de corpos também possuem uma mente, que é a mesma coisa que alma. É ela que definhe quem somos. Ele estava convencido de que mente e corpo interagem. O problema é, no entanto, como uma substância espiritual (a mente, a alma) pode interagir com uma substância física (o corpo)? Ele estava bem ciente desse problema, no entanto, suas tentativas de responder a essa pergunta foram a parte menos satisfatória de sua filosofia. Desde muito antes da publicação de 1900, Freud tem uma clara concepção de que corpo e alma estão em ação recíproca, e que não se pode conhecer a segunda sem levar em conta sua relação com o primeiro. No ser humano o corpo, também chamado de soma (do grego transliterado soma), é considerado como o organismo material, abstraído de suas funções psíquicas donde provém o conceito de somatização de algumas doenças. A alma (do latim anima, sopro, origem da vida) é considerada a composição imaterial de uma pessoa, onde estão os sentimentos, a consciência e o caráter. A partir destes conceitos, podemos abordar sobre uma doença descrita há mais de 4.000 anos, que parece não se curvar a todos os esforços da Medicina: trata-se da histeria, entidade tão enigmática e tão exasperante, que inúmeros médicos antigos e atuais, propõem que se abandonem todas as tentativas de compreendê-la. Mas, é exatamente a histeria que fez surgir uma revolucionária forma de pensar o sofrimento humano: a Psicanálise. A histeria parece confundir todas as fronteiras e obriga o criador da Psicanálise, Sigmund Freud, a criação de um método próprio de investigação, método esse que é extensivo em suas formas de expressão. São as histerias que inventam a Psicanálise, forçando com seu desejo enigmático e demandante que sua voz seja ouvida, que seus sofrimentos “sem causa” sejam levados em conta, na mais intensa inserção do profissional que esteja buscando auxiliá-las. Freud pode fazer o gesto revolucionário já esquecido pela Medicina da época, de ouvir sua paciente, e com isso trazê-la para o centro de sua própria história e, assim também, de seu processo terapêutico. Freud e Breuer obtiveram êxito nos tratamentos dos sintomas histéricos, alcançando as primeiras hipóteses nos casos. A palavra histeria vem do grego “Histera” significa útero, essa terminologia nos fornece o entendimento do caráter feminino da doença. A obra A Histeria, foi difundida no final do século XIX, e as perguntas que permeavam entre os médicos daquela época, se eram sintomas de origem orgânica ou psíquica, a maior dificuldade de fecharem um diagnóstico do problema. Em 1882, Freud juntamente com Breuer se interessaram pelo assunto e começaram a trabalhar com a hipnose, um pouco diferente da forma como Charcot aplicava nos seus pacientes, como forma sugestiva, suas pacientes entravam em estado de transe e falavam sobre seus traumas do passado, conhecido como método catártico, alcançando melhora significativa no tratamento. A cura era possível porque em contato com os afetos, esses eram descarregados e promoviam a melhora do paciente. Mas Freud não continuou com esse método, pois percebeu que alguns pacientes não eram passíveis de hipnose, então recorreu a um método próprio, no qual ele pressionava a mão na testa do paciente e dizia que o avisasse exatamente qual a primeira palavra que viesse na mente do indivíduo, como foi no caso de Miss Lucy R.(Freud, 1895/2008).Quando acontece a ansiedade descontrolada, pode desencadear sintomas físicos como enrijecimento dos membros, dores nas costas e na cabeça, taquicardia, rinite, analgesia olfativa, alucinações, entre outros. Houve casos em que essa técnica também não funcionou. Foi, então que surgiu a ideia da cura pela palavra, ou seja, pela associação livre do paciente. A psicanálise teve início a partir da clínica de histeria e foi alongando seu campo para outras neuroses e demais quadros psicopatológicos. Foi a partir da escuta da histeria que Freud pôde reconhecer a existência de um psiquismo com suas determinações inconscientes. Foi, também, a partir da escuta das histerias que se estabeleceu a relação entre aquele que sofre e aquele que escuta o sofrimento. Freud, ao articular a teoria da sexualidade, inicia uma verdadeira revolução na concepção de corpo, se estruturando a partir do corpo (soma), corpo biológico, corpo da pura necessidade, inserido na linguagem, na memória, na representação e na significação, ou seja, corpo próprio da psicanálise. Freud(1893/1987), estabelece a ruptura metodológica, uma cisão opõe corpo biológico e corpo psicanalítico.Quando Freud sublinha que os problemas observados em seus pacientes histéricos são produzidos por processos psíquicos (inconscientes), ele não fala do corpo do mesmo modo que os neurologistas ou fisiologistas. Certamente, para ele a noção de corpo é mais ampla que de um corpo objeto particularizado em um corpo-organismo. O conceito de pulsão pode ajudar a entender como o corpo se apresenta nas formulações freudianas. Por definição, a pulsão se origina no interior do organismo e exerce uma ação constante no psiquismo, da qual é impossível se furtar. Ela é, como diz Freud (2006h, p. 142), “[...] como o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente como uma medida da exigência feita à mente no sentido de trabalhar em consequência de sua ligação com o corpo”. Possivelmente, por esse motivo, ao apresentar suas formulações sobre a noção de apoio e o conceito de pulsão, Freud(2006f, p.125), apontava para as fronteiras, os pontos de conjunção e disjunção entre os campos da biologia e da psicanálise:
"A rigor, meu objetivo foi sondar o quanto se pode apurar sobre biologia da visa sexual humana com os meios acessíveis à investigação psicológica; era-me lícito assinalar os pontos de contato e concordância resultante dessa investigação, mas não havia porque me desconcertar com o fato do método psicanalítico, em muitos pontos importantes, levar opiniões e resultados consideravelmente diversos dos de base meramente biológica."
A essas ideias, Freud acrescenta algumas especificações: a pulsão é um estímulo provindo do interior do corpo que atua como força constante por ações de fuga. Contudo, se a fonte da pulsão é o corpo biológico, seus órgãos e seus processos orgânicos, seus destinos envolvem os processos psíquicos que, por sua vez, retornam diretamente sobre o corpo, agindo sobre ele e transformando-o. Freud (2006h) identifica quatro destinos da pulsão: a reversão ao seu oposto, o retorno sobre a própria pessoa, o recalque e a sublimação. O primeiro consiste, basicamente, uma mudança da atividade para a passividade. A reversão afeta apenas a finalidade da pulsão, sendo o modo ativo de obtenção da descarga substituído pelo modo passivo. Já, o retorno sobre si mesmo(self) consiste no direcionamento da pulsão para o próprio indivíduo, em vez dos objetos externos, coincidindo em parte com o processo de reversão ao seu oposto. A essência desse processo corresponde a uma mudança de objeto, enquanto que a finalidade permanece inalterada. Outro destino possível da pulsão é encontrar resistências a sua satisfação por meio do recalque, pois, embora a satisfação da pulsão seja em si mesma prazerosa, a descarga pode ser incompatível com as exigências feitas por uma das instâncias psíquicas, causando um desprazer cuja magnitude supera o prazer da satisfação. Quanto ao quarto destino da pulsão, a sublimação, Freud (2006g, p. 101) oferece uma definição no texto Uma introdução ao narcisismo: “A sublimação é um processo que diz respeito à libido de objeto e consiste em que a pulsão se volta para outra meta, distante da satisfação sexual”. São exemplos de sublimação a atividade artística, intelectual, entre outras. Segundo a Organização Mundial da Saúde, somatização é a construção física de um desequilíbrio biológico ou psíquico numa pessoa, ou seja, se a mente e o corpo estão desregulados, os mesmos darão sinais através de doenças. Ainda que agentes externos influenciem no desenvolvimento de doenças, as mesmas só se manifestarão se as pessoas permitirem. Como se sabe, a somatização é provocada por desequilíbrios internos, sejam de ordem psíquica ou não. Por mais que a navegação interna seja difícil, o autoconhecimento proporciona entendimento sobre o que prejudica. Dessa forma, ao entender as rupturas internas, é possível trabalhar nos sintomas físicos. A somatização vem para resgatar o conceito antigo da ponte entre mente e corpo. Tudo que um sente, o outro absorve, como que decodificando e projetando essas impressões. Cabe ressaltar que o meio ambiente onde as pessoas vivem tem papel fundamental na formação somática. Por meio dele o ser humano recebe os gatilhos que transformam suas emoções, pensamentos e reações. Isso explica o fato de muitas pessoas adoecerem e outras serem saudáveis. O sistema psíquico afeta o neurológico, que altera o sistema imunológico, deixando a pessoa vulnerável às dores do corpo. A Psicanálise deve contribuir para que a Medicina aprofunde os cuidados com fenômenos psíquicos e somáticos. Em Nova York, a Dra. Helen Dunbar, e em Chicago, o grupo ligado a Franz Alexander, fundam o que deve ser denominado Medicina Psicossomática. Tal designação se aplica pois a Psicanálise será empregada por esses autores e muitos outros que seguirem, como um meio terapêutico auxiliar do procedimento médico, suas hipóteses e modelos teóricos funcionarão para esclarecer possíveis determinantes inconscientes para doenças. Para evitar a somatização é preciso alternativas que auxiliem no equilíbrio emocional, buscar ajuda nas terapias, praticar atividades físicas, ter momentos de lazer e descanso, ser mais flexível e menos exigente consigo mesmo. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As terapias psicanalíticas estão evoluindo ao longo dos anos para atender às diferentes estruturas clínicas que se apresentam cada vez mais complexas nos consultórios terapêuticos. Ainda há muita dificuldade e alcançar suas propostas, mas as perspectivas são de muitas vitórias. Para isso, é necessário a continuidade de muitos estudos visando um atendimento de qualidade às pessoas, auxiliando-as a vencerem suas barreiras emocionais. Sabemos que são muitos os desafios a serem vencidos, mas reconhecemos que muitos foram os avanços nos últimos tempos e as terapias podem mostrar cada vez mais resultados positivos. Acredita-se que as terapias de grupopossam abrir caminhos para o avanço nessa área porque possibilitam a comunicação entre as pessoas, trocas de ideias, respeito, acolhida e valorização do outro. É importante enfatizar que a atitude dos envolvidos nessa caminhada deve ser proativa, sempre com olhos para o futuro, mas sem deixar de utilizar o que de bom a trajetória ensinou. Nunca esquecendo que o sujeito central é o paciente, com seus medos, anseios e esperança que o foco dos terapeutas seja a amenização desse sofrimento. A avaliação periódica dos resultados pode ser instrumento de grande valia pois permite que os envolvidos tenham momentos de discussões sobre perspectivas, conquistas e frustrações, com olhares para a correção de falhas e estabelecimento de metas compartilhadas a curto, médio e longo prazo, visando a melhor qualidade no atendimento prestado. Fica a ideia de que os terapeutas formem grupos de estudos permanentes nos quais as análises dos trabalhos realizados possam contribuir para o crescimento do processo de Psicanálise. REFERÊNCIAS ARISTÓTELES. Trad. Theo de Borba Moosburger. Da Alma.1ª ED. Ed. Vozes de Bolso. Porto Alegre.2020. CHUSTER, A. e cols. O Objetivo Psicanalítico: fundamentos de uma mudança de paradigma na psicanálise. Porto Alegre: Ed. Do Autor.2011. DE CARVALHO, Jociel Batista. A Relação Corpo e Alma: Uma análise a partir do pensamento de René Descartes. Ed. Dialética. São Paulo. 2021. DOEDERLEIN, João. O livro dos Ressignificados. 1ª ED. Ed. Paralela. 2017. FREUD, Sigmund. Estudos sobre Histeria. ( 1893-1895). Vol. 2. 1ª Ed. Ed. Companhia das Letras. 2016. MOREIRA, Adriana Belmont. Corpo, saúde e medicina a partir da filosofia de Nietzche. São Paulo. 2006. RANGEL, César. O Dualismo corpo e alma na filosofia. Platão, Aristóteles, Descartes e Kant. Follow. 2020. ZIMERMAN, Davi E. Fundamentos Psicanalíticos. Teoria, técnica e clínica. 1ª ED. Artmed. 2004. [Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Desenho para alterar a formatação da caixa de texto de citação.]__________________________________ __________________________________________
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