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CRÔNICA: O Enigma da Ansiedade

Atualizado: 4 de ago.




Por Eber Silva*


Era uma tarde calma e ensolarada, mas nos recônditos da mente de Pedro, uma tempestade de ansiedade rugia sem trégua, permeada pelas teias das neuroses que teciam um intricado labirinto emocional. Ele sentia como se um turbilhão de pensamentos o engolisse, uma montanha-russa de emoções que desafiava sua capacidade de se acalmar. Era como se seus medos, inseguranças e preocupações ganhassem vida própria, tomando controle do seu ser.


Pedro, ao iniciar sua jornada pela Psicanálise, mergulhou na busca pela origem de suas neuroses. Descobriu que esses padrões de comportamento e pensamentos disfuncionais tinham raízes profundas em suas experiências passadas, que geraram ciclos repetitivos e que alimentavam sua ansiedade.


Através do diálogo franco com o psicanalista, Pedro compreendeu que sua busca incessante por validação externa estava relacionada a uma necessidade de suprir lacunas emocionais. As neuroses eram como sombras do passado, projetadas no presente, dificultando sua capacidade de lidar com os desafios da vida.


O processo de investigação do inconsciente guiado pela psicoterapia trouxe à tona memórias adormecidas e permitiu que Pedro compreendesse como eventos traumáticos do passado moldaram suas crenças e padrões comportamentais. Essas neuroses, então, foram lentamente desvendadas, revelando-se como mecanismos de defesa que o impediam de viver plenamente o presente.


Ao reconhecer a complexidade de suas emoções, Pedro teve um momento de epifania e percebeu que a verdadeira mudança só poderia ocorrer a partir de uma profunda transformação interna. Era preciso conhecer, acolher e direcionar os desejos marginais. A Psicanálise tornou-se uma bússola e apontou o caminho para a autorreflexão e para o autoconhecimento.


Nesse processo, Pedro aprendeu a acolher suas inseguranças, em vez de lutar contra elas. Assim, desenvolveu uma conexão mais profunda consigo. A Psicanálise se tornou um farol de esperança, e iluminou seu caminho rumo à mudança e à cura.


Com o auxílio do terapeuta, Pedro adquiriu novas habilidades de enfrentamento para lidar com a ansiedade e as neuroses; desafiou seus padrões disfuncionais e as crenças limitantes. Aprendeu que a vulnerabilidade não era sinal de fraqueza, mas um ato de coragem que permite crescer. E não há crescimento sem dor.


Assim, a crônica psicanalítica de Pedro se desenrola em busca de respostas: um percurso em que a autoconsciência se torna uma ferramenta poderosa para desvendar os mistérios de sua mente. Cada capítulo, uma nova etapa de autodescoberta que mostra que é possível transformar angústias em oportunidades de crescimento e autorrealização. A Psicanálise, um farol de sabedoria, conduziu Pedro para o encontro consigo e com a serenidade que tanto almejava.


Éber Silva é artista, escritor e Psicanalista. Membro do Grupo Vida.


PARA CITAR ESTA CRÔNICA: SILVA, Éber. O enigma da ansiedade. Capela de Santana: Revista Vida e Psicanálise. N 3, 2023.


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