
Francisco Renan dos Santos
Psicanalista clínico sob supervisão
Telefone
(79) 99954-3506
@franciscorenanpsic
Consultório para atendimento com hora marcada
Rua Manuel Pereira Guimarães, 7, Conjunto Medice I, Bairro Luzia, Aracaju - Sergipe
Número de inscrição na supervisão do IVP
SUP4001
Atendimento
Online e presencial.
Sobre Mim
Sou psicanalista clínico, com especialização em neuropsicanálise e PNL - Programação Neurolinguística. Realizo terapia presencial e online para adolescentes, jovens e adultos com foco na promoção de bem estar social e desenvolvimento emocional.
Minha especialidade
Psicanálise do adolescente, luto e trauma com abordagem lacaniana e PNL.
Um pouco dessa experiência
Em cada encontro clínico, a escuta psicanalítica se depara com aquilo que não foi dito — silêncios densos, afetos mal elaborados, experiências traumáticas que resistem à simbolização. Sustentar esse não-dito é acolher o sujeito em sua verdade fragmentada, oferecendo-lhe, como propôs Jacques Lacan, a possibilidade de ressignificar sua relação com o desejo, e não simplesmente de encontrar respostas, mas de existir de maneira mais autêntica diante da própria história.
Na minha prática com adolescentes e adultos, é recorrente o encontro com marcas psíquicas profundas oriundas de quadros de ansiedade, estados depressivos, experiências de abuso infantil e relações interpessoais marcadas por ambivalências e repetições compulsivas. Sigmund Freud já advertia que “as emoções reprimidas não morrem; são enterradas vivas e retornarão de formas ainda mais destrutivas” (The Letters of Sigmund Freud, 1960). Esse retorno do recalcado, tão bem descrito por ele, manifesta-se em sintomas contemporâneos como crises de pânico, sonhos angustiantes, somatizações ou vínculos repetidamente falhos.
Na escuta de um adolescente em sofrimento, por exemplo, tornou-se evidente a ausência do que Donald Winnicott denominou de “ambiente suficientemente bom” — aquele espaço emocional que permite à criança integrar-se e construir um falso self apenas como defesa, e não como prisão. Já entre adultos, nota-se frequentemente a carência de espelhamento simbólico — fenômeno que remete ao estádio do espelho lacaniano, onde o sujeito é chamado a se reconhecer na imagem do outro e, ao falhar nesse processo, passa a oscilar entre fragmentação e idealização.
Nos relatos de abuso, o trauma não reside apenas no ato vivido, mas sobretudo na impossibilidade de representá-lo psiquicamente. Ferenczi, em seus escritos sobre a “confusão de línguas” e a impossibilidade de simbolização do trauma, destacou como o insuportável se cristaliza em sintomas psíquicos e somáticos. É nesse ponto que o trabalho clínico se propõe como espaço de reconstrução da narrativa subjetiva, onde a escuta acolhedora, mas não complacente, permite a emergência de novos sentidos para o sofrimento.